terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

me encante, e me deixe te encantar

Me encante

Me encante da maneira que você quiser, como você souber.
Me encante, para que eu possa me dar…
Me encante nos mínimos detalhes.
Saiba me sorrir: aquele sorriso malicioso,
Gostoso, inocente e carente.
Me encante com suas mãos,
Gesticule quando for preciso.
Me toque, quero correr esse risco.
Me acarinhe se quiser…
Vou fingir que não entendo,
Que nem queria esse momento.
Me encante com seus olhos…
Me olhe profundo, mas só por um segundo.
Depois desvie o seu olhar.
Como se o meu olhar,
Não tivesse conseguido te encantar…
E então, volte a me fitar.
Tão profundamente, que eu
fique perdido.
Sem saber o que falar…
Me encante com suas palavras…
Me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres.
Me conte segredos, sem medos,
E depois me diga o quanto te encantei.
Me encante com serenidade…
Mas não se esqueça também,
Que tem que ser com simplicidade,
Não pode haver maldade.
Me encante com uma certa calma,
Sem pressa. Tente entender a minha alma.
Me encante como você fez com o seu primeiro namorado…
Sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.
Me encante na calada da madrugada,
Na luz do sol ou embaixo da chuva….
Me encante sem dizer nada, ou até dizendo tudo.
Sorrindo ou chorando. Triste ou alegre…
Mas, me encante de verdade, com vontade…
Que depois, eu te confesso que me apaixonei,
E prometo te encantar por todos os dias…
Pelo resto das nossas vidas!!!
- Pablo Neruda

aaaaaah,
se ele soubesse a falta que me faz, mesmo nunca tendo sido meu
se ele soubesse a saudade que eu sinto, mesmo nunca tendo estado perto

se ele soubesse a ausência que representa, mesmo nunca tendo sido presente de fato

aaaaaah,
amor platônico
amor dos covardes
amor que nunca foi recíproco
por que me martirizas desse jeito?

"eu martirizo? você é que tá parada aí,
no meio da madrugada, escrevendo e torcendo pra ele ver/não ver/ver sim/não ver não!
quem se martiriza é você! vai logo e fala pra ele!
me liberta do platonismo, e me torna real.
só depende de você.
dele também, claro, mas talvez ele esteja só te esperando,
só precisando que você o encante .."

aaaaaah,
amor bandido!
além de me deixar desse jeito,
ainda faz graça comigo!
você já pensou em ser comdiante?

"comediante, eu?
não, não. a comédia é a vida, e não eu.
sou reles cena de palco dessa comédia,
reles brisa nesse fim de tarde, que é a vida"

ooooooh,
amorzinho!
não se subestime,
és muito mais que 'reles cena de palco',
muito mais que 'reles brisa em um fim de tarde'.
estais em múltiplos atos dessa comédia,
não como figurante, mas como tema principal!
estais mais pra furacão, ou no mínimo ventania,
que das moças bagunça os cabelos, levanta as saias,
deixa-as completamente a mercê de perigos,
completamente vulneráveis a si mesmas!
não, amor, de reles não tens absolutamente nada!

"serei eu realmente tudo isso?"

ooooooh,
humilde amor,
não te faças de rogado!
sabes tu que és sim muito mais do que pensas!
sabes que és muito mais do que eu mesma penso,
ou que qualquer outro apaixonado posso colocar em palavras!

tu és manso como o entardecer no campo,
calmo como um pôr-do-sol a dois,
puro como o formar do orvalho,
aconchegante como o colo de uma mãe,
refúgio como o Céu para as crianças,
leve como uma pluma,
gracioso como uma garça,
belo como um amanhecer.
mas tu sabes que és também
louco como um psy trance,
agitado como um maremoto,
desgastante como um trabalho malquisto,
temido como o purgatório,
pesado como uma manada,
inseguro como uma criança em seus primeiros passos,
desajeitado como uma mocinha em seu primeiro salto,
imperfeito como o homem.

és como a mão que acalenta,
mas que também acusa.

és um paradoxo em ti mesmo.

e, ainda assim, te quero.
te quero muito.
e prezo por ti.
por que haveis de ser assim?

"oh, querida, tu falas de mim com tal desenvoltura,
com tamanho conhecimento de causa,
como podeis julgar-me desta forma,
me acusar de leviandade,
e ainda querer-me?"

sabeis tu esta resposta bem melhor que eu,
ooooooh traiçoeiro amor!
sabeis que és viciante,
e que me intoxicas,
e que dessa forma
não tenho como reagir!
só posso te pedir que não me deixes,
que seja meu refúgio e meu acalento,
e não o monstro embaixo de minha cama!

não me assombres,
não me assustes,
não me faça sofrer.

me assume.

me dota de coragem,
me permite te assumir.

é tudo o que eu peço,
é tudo o que eu quero.

sei que não posso te ver,
mas que posso te sentir.
mas ó, te sentir assim,
sozinha, dói demais.

"não me culpeis por tal situação,
sabeis tu que não queria ser assim!
minha vontade maior é os ver apaixonados, juntos,
e não em martírio, em desilusão.
a culpa não é minha, a culpa é da vida!
comediante traiçoeira, ventriloca maior.
essa é minha natureza. 



estou em todo lugar,
e a todo momento,
mas não dependo de dois,
dependo de um só,
de um que me cultive.
mas não sou egoísta,
não me guardo apenas para um,
não floresço em uma só direção.

sou multicolorido,
multidirecional,
transcedental
.
 


e devo alertar-te
que não me peças pra ser só teu.
tal pedido não posso aceitar.
sou borboleta que voa bela,
sou pássaro que voa livre,
venho pra libertar,
não para enjaular.
não me peças o que não posso te dar.

seja boa com a vida, e peça a ela que seja boa contigo,
é o que posso te aconselhar.
mas estarei sempre contigo."
 

ooooooh amor querido,
por que me tomas dessa forma?
como consegues ser assim?
me pedes que aceite sofrer,
que aceite sem ele viver,
e não me permites culpar-te?
e ainda esperas meu bem-querer!

amor ingrato,
amor impuro,
não podes o fazer querer-me,
de que adianta então acolher-te?
te vi nascendo, tão puro e belo,
e só agora me falas que não me serás fiel?

ooooooh vida,
como pudestes ser assim?
como pudestes fazer o amor ser assim?
e, pior, como pudestes permitir que, mesmo com todo esse conhecimento,
eu acreditasse nesse sentimento, e embarcasse nessa viagem sem compromisso,
sem garantias, sem prazo pra chegar, ou mesmo pra partir,
sem promessas, com apenas minhas preces?

"aceite tudo isto, querida,
não fomos feitos para entender!
sabeis melhor que ninguém que somos,
como tu mesma me dissestes,
a mão que acalenta, e a mão que acusa.
sou sentimento, vim adormecer-te, e despertar-te.
vim te fazer sorrir, mas também chorar-se.
dependo não só de mim, mas também de ti.
podes optar por me sufocar.
sabeis que ambos sofreremos,
mas é tua opção."

ooooooh amor,
o paradoxo e a duplicidade que encontro em ti,
encontro eu também em mim,
e de tanto não te querer, te quero cada vez mais.
perdoa minhas palavras, são só um desabafo
de um alguém que teima em tenta compreender o incompreensível,
que tenta odiar o que ama,
que tenta esquecer o que mais recorda,
que tenta, tenta, mas não quer realmente coseguir.

segue comigo, que eu seguirei contigo.
saberei esperar o momento teu.
o teu e o da vida, esta doce brincalhona,
esta criança vivida.

e esperando seguirei,
no paradoxo que eu sou,
querendo e não querendo,
mas sempre amando.

"amém"








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